domingo, 31 de maio de 2009

Fado

Quando era miúda não gostava de ouvir fado. Achava que era música de e para velhos ou, pelo menos, para pessoas bem mais velhas do que eu, como os meus pais, por exemplo.
Não podia estar mais enganada. O fado é de e para todos os que sentem isto que é ser português, seja lá isso o que for... é por excelência o género musical da nostalgia, da saudade do que passou e do que ainda está para vir, mas é também alegria; é convívio e tertúlia... é sentir um arrepio no corpo que de tão forte nos arranca lágrimas mistas de tristeza e de alegria.
Vem isto a propósito do projecto Amália Hoje, dos Hoje. Eu gosto de Amália como de tantos outros fadistas do antes e do agora. Há fados que cantados pela sua inigualável voz despertam em mim um chorrilho de sensações, mas a Gaivota, devo confessar, toca-me mais nesta nova versão cantada pela Sónia Tavares:


sexta-feira, 22 de maio de 2009

TU

Vivo um momento de realizações pessoais, de conquistas tantas vezes imaginadas e desejadas. Sinto-me bem, mas a felicidade ainda não mora no meu peito. Faltas-me tu... ainda e sempre tu...

terça-feira, 12 de maio de 2009

Lição de Vôo

Foi tão fácil
Deixar-me perder
Sem sinais
No teu céu
Pois eu já não encontro
O caminho

Eu não sei mais
Como hei-de voar
Esquecer
Livrar o pensar
Se és tão frágil
Neste mundo

Continuo a deixar-me perder
Sem sinais
No teu céu
Pois eu já não encontro
O caminho


Eu não sei mais
Como hei-de voar
Esquecer
Livrar o pensar
Se és tão frágil
Neste mundo

Lição de Vôo, Cazino, 2009

quinta-feira, 7 de maio de 2009

I Dreamed a Dream ou a queda dos esterótipos

Acho que é a primeira vez desde que criei o meu blogue que escrevo de dia. Não só porque gosto mais de fazê-lo à noite, a altura do dia em que me sinto mais livre e inspirada, mas também porque de dia não me sobra muito tempo para fazê-lo.
Mas agora estou em casa, em repouso e sem muito para fazer que não seja dormir, ver tv, ler, navegar na internet e, claro está, escrever. Enquanto navegava pela net dei por mim a ler as últimas actualizações sobre a vida de Susan Boyle, uma escocesa de 47 anos que fez furor no mês passado ao participar no concurso britânico de talentos musicais Britain's got Talent.
Já tinha ouvido falar dela, mas não tinha visto o vídeo da sua apresentação a concurso. Pelo que li hoje, este é já o 5.º vídeo mais visto de sempre na Internet. Ao que parece, um caso sério de popularidade.
Não sendo propriamente comuns, grandes vozes não são também assim tão raras. Frequentemente estes concursos arrancam do anonimato verdadeiros talentos, pessoas detentoras de vozes bonitas e invulgares e que simplesmente não tinham tido anteriormente a possibilidade de se mostrarem.
Então, o que é que Susan tem de tão diferente que tenha gerado tamanha curiosidade à sua volta? É muito simples. É que para além da capacidade vocal, ela já não é muito nova e, acima de tudo, não é bonita, é solteira e é virgem. Na verdade a senhora revelou nunca ter beijado um homem.
Ora, curiosas como são as pessoas, sempre à procura do sórdido ou do insólito, não é difícil perceber que o que tem levado as pessoas a procurar informação sobre Susan ou mesmo a ver o vídeo dela é satisfazerem a curiosidade que têm sobre alguém que lhes parece extremamente invulgar, senão mesmo anormal para os padrões actuais de vida.
Não são muitos os casos de pessoas talentosas que não sejam bonitas. Pelo menos aquelas que têm maior destaque. Quando pensamos em novos talentos, pensamos em jovens. São eles que têm mais probabilidade de singrar no mundo concorrencial do espectáculo. E dificilmente pensamos que haja pessoas que, como a Susan, nunca tenham tido a mais natural das experiências, que é dar um beijo.
A normalidade encerra em si diferentes perspectivas. Algo normal só o é para quem o entende como tal. O que para mim é normal, para o meu vizinho pode ser considerado a mais absurda das realidades.
Apesar da predominância de certos estereótipos, há pessoas que inevitavelmente lhes fogem. Umas por opção, outras pelas condicionantes da sua própria vida e do mundo que as rodeia. Não me parece é que alguém deva ser gozado por isso, como começa a acontecer com esta mulher sobre quem já circulam anedotas sobre o facto de nunca ter sido beijada por ninguém. Mais, já existem propostas para a realização de um filme pornográfico que registaria a sua iniciação sexual...
Mas Susan tem um sonho, um desejo igual ao de tantas outras pessoas, que é o de ser cantora. Talento não lhe falta. Veremos se só isso importa.
Fica o endereço do tão falado vídeo, já que neste momento está vedada a possibilidade de incorporação. É de facto uma actuação comovente:

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Ciclos

Houve uma altura em que desejei que o tempo passasse. Não. Que passasse não, que se esfumasse, que desaparecesse como o fumo, sem deixar rasto.

Maio era a minha meta, a luz que me guiava para fora do túnel estreito e negro que atravessei naqueles meses em que desejei não ter memória. Marcaria para mim o fim de um ciclo, tivesse esse ciclo a origem que tivesse...

Mas a vida dá voltas e voltas... traz avanços e recuos, alegrias e frustrações... Há planos que teimam em não se concretizar e outros há que inesperadamente emergem para o ciclo encerrar...

Não foi o fim que tanto almejei, mas não deixa de ser um fim. Em Maio renasci, sou uma nova mulher. Acho que nunca mais me vou encolher quando alguém me procurar e a mão, essa tocará em todos os rostos que com ela quiserem ser tocados...

Nunca uma operação deixou alguém tão feliz...

Quando A Chuva Passar

Pra que falar?
Se você não quer me ouvir
Fugir agora não resolve nada...

Mas não vou chorar
Se você quiser partir
Às vezes a distância ajuda
E essa tempestade
Um dia vai acabar...

Só quero te lembrar
De quando a gente
Andava nas estrelas
Nas horas lindas
Que passamos juntos...

A gente só queria amar e amar
E hoje eu tenho certeza
A nossa história não
Termina agora
Pois essa tempestade
Um dia vai acabar...

Quando a chuva passar
Quando o tempo abrir
Abra a janela
E veja: Eu sou o Sol...
Eu sou céu e mar
Eu sou seu e fim
E o meu amor é imensidão...

Só quero te lembrar
De quando a gente
Andava nas estrelas
Nas horas lindas
Que passamos juntos...

A gente só queria amar e amar
E hoje eu tenho certeza
A nossa história
Não termina agora
Pois essa tempestade
Um dia vai acabar...

Oh! Oh! Oh! Oh!
Hey! Hey!
Oh! Oh! Oh! Oh!...

Quando a Chuva Passar, Ivete Sangalo, 2005