sábado, 31 de janeiro de 2009

Sonho

Pergunto-me se também pensas em mim e se questionas a minha existência da mesma forma que eu questiono a tua;
Se também tentas imaginar como é o meu rosto e o meu corpo; se sentes curiosidade em saber de que cor são os meus olhos e qual o tom da minha voz. Questionarás a que sabem os meus beijos e o quão salgada é a minha pele?
Penso no que sentirei quando pela primeira vez te tomar nos meus braços e te abraçar de encontro ao meu peito; quando te passar os dedos pelo cabelo e te esculpir o corpo de ósculos.
E sonho com o dia em que os nossos dois corpos entrelaçados se tornarão num só vulto envolto em sensualidade e êxtase.
Perguntar-te-ás onde é que eu estou e se te procuro? Espero que sim, que como eu imagines o dia em que os nossos caminhos se cruzarão para não mais se distanciarem.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Endless Road

Time can only whisper truth for both of us
All the answers I can't find, I put my trust

In a never ending road that leads to my door
I don't want you to go my love
That's all you'll have to know

And I want you to have my soul
Somebody show me the way
And I want you to know, my love,
It's an endless road till love finally comes our way
my love ooooh my love
It's an endless road till love finally comes our way
My love

Now we fought against a wall when love was 'bout to fall
We tried to make it flow, but love wouldn't let us go
Crazy us, for all those wasted words

I don't want you to go my love
That's all you have to know
And I want you to have my soul
Somebody show me the way

And I want you to know, my love,
It's an endless road till love finally comes our way
my love ooooh my love
It's an endless road till love finally comes our way
My love

Endless Road, Time Bandits, 1985

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Esperança - armadilha ou salvação?

A propósito do filme Changeling (A Troca), de Clint Eastwood, e que conta a história verídica do desapareciemnto de Walter Collins e da sua incansável procura por parte da mãe, Christine Collins, veio-me à memória uma afirmação que uma amiga minha fez há uns tempos sobre Esperança.
Escrevia ela que «a esperança é um erro… um erro incomensurável. É a armadilha que criamos para nos convencermos de que um dia tudo será como dantes... (...) Esperar é morrer… é definitivamente morrer lentamente na saudade. (...) Não acaba… nunca acaba…mas custa tanto largar…deixar cair, abandonar e perder tudo o que é nosso e voltar a amar.»
Lembro-me que quando li estas frases hesitei em emitir uma opinião. Não tinha a certeza se concordava ou se, pelo contrário, discordava. Mas quando vi o filme que termina com Christine, risonha, a dizer que naquele momento tinha algo que já não tinha há muito tempo que era a esperança, concordei com a minha amiga, se não totalmente, pelo menos em parte.
Naquele instante tomei consciência de que a Esperança é um estado ambíguo, que tanto pode ser benéfico como pode também assumir-se como a mais terrível das armadilhas de que falava a minha amiga.
A Esperança pode cegar-nos e impedir-nos de encerrar capítulos e, consequentemente, vedar-nos o vislumbre de uma perspectiva de vida diferente. Pode impedir-nos de fazer um luto, como foi o caso daquela mulher que viveu para sempre à espera de voltar a ter uma vida que, sabemos hoje, não seria nunca mais possível. Pode levar-nos a viver num estado de incerteza e de sobressalto permanente, como se nunca pudéssemos voltar a ter paz na nossa vida.
A Esperança pode ser enganadora porque, na ilusão de voltarmos a ter o que tivemos, impede-nos de viver o que podemos ter de novo. Impede-nos de refazer a vida.
Mas como estado ambíguo que é, a sua perspectiva muda se também mudarem as circunstâncias em que é vivido. E se em vez de vivermos com a ideia de que tudo volte a ser como dantes, vivermos com a ideia de que o passado não volta mas que o futuro, esse sim, virá para ser vivido com o fulgor e a excitação com que se vive o desconhecido pela primeira vez?
Hoje vivo sob esta última perspectiva. Sei que não volto a ter o que tive, mas acredito que posso vir a viver algo ainda muito melhor. Essa é hoje a minha esperança e é isso que me faz continuar.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

(Re)Encontro

Hoje voltei a encontrar-te. Consegui falar contigo sem que sentisse o chão fugir-me debaixo dos pés numa conversa cautelosa e não muito extensa como manda a prudência que o faça.
Hoje encontrámo-nos mas não nos reencontrámos. Terá de passar mais tempo para que esse momento que ambos desejamos aconteça; para que possamos falar com naturalidade sobre o que aconteceu, sobre o tempo em que estivemos afastados, sobre as nossas vidas pessoais...
Hoje falámos mas não te disse o que te tenho repetido em pensamento ao longo dos últimos meses. O bom e o mau. Não te disse por exemplo que continuo a sonhar contigo com uma regularidade que só não é perturbadora por ser já tão natural. E não te disse também quão premonitórios foram alguns desses sonhos. Rir-te-ás um dia quando to contar.

Hoje senti esperança porque percebi que não me enganei no essencial quando há um ano atrás deixei que entrasses na minha vida. É por isso que, independentemente das voltas que o calendário dê, continuo a acreditar que um dia seremos amigos, porque tu, speedy, ainda vales a pena...

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Uma vez, numa aula de Inglês do 5.º ano, tive de completar frases sobre mim e sobre os meus hábitos e acções. Uma dessas frases era: quando estou triste... Canto! E a professora na altura achou estranho, mas eu expliquei-lhe que a música me alegrava.
E de facto assim foi sempre, excepto nos últimos meses. Deixei de ouvir música em casa. No trabalho cheguei a desligar o rádio e no carro mudava constantemente de emissora em busca de alguma canção mais enérgica e menos melancólica.
Parecia que todas as canções remetiam para o mesmo e em vez de me alegrarem, deprimiam-me... Mas agora já não. Claro que há canções que associarei sempre a esse período e que poderão trazer-me à memória tristes lembranças, mas no geral alegram-me!
Hoje dei por mim a elevar o som do rádio no trabalho e a dançar ao som do Like a Prayer da Madonna e a caminho de casa vibrei com o Flashdance... What a Feeling, da Irene Cara.
Esta última foi sempre uma das minhas preferidas e sempre me deu força e uma sensação de domínio tal que sentia que nada me poderia deter. Tenho-me sentido assim, capaz de levar tudo à frente! Como se pouco a pouco fosse saindo do estado de letargia em que me encontrava. Começo a sentir novamente que sou capaz de tudo, que não há nada que me possa deitar novamente abaixo...






First, when there's nothing but a slow glowing dream
That your fear seems to hide deep inside your mind
All alone I have cried silent tears full of pride
In a world made of steel, made of stone

Well I hear the music, close my eyes, feel the rhythm
Wrap around, take a hold of my heart

What a feeling, bein's believin'
I can't have it all, now I'm dancin' for my life
Take your passion, and make it happen
Pictures come alive, you can dance right through your life

Now I hear the music, close my eyes,
I am rhythm
In a flash it takes hold of my heart

...
What a feeling

What a feeling (I am music now), bein's believin' (I am rhythm now)
Pictures come alive, you can dance right through your life
What a feeling (I can really have it all)
What a feeling (Pictures come alive when I call)
I can have it all (I can really have it all)
Have it all (Pictures come alive when I call)
(call, call, call, call, what a feeling)I can have it all
(Bein's believin') bein's believin'
(Take your passion, make it happen) make it happen
(What a feeling) what a feeling...

Flashdance... What a Feeling, Irene Cara, 1983