quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Renovação

Ao voltar à escrita e, mais concretamente, ao meu blogue, constatei que o modelo que estava a usar era um pouco soturno. Pareceu-me um espaço triste, não no conteúdo, apesar de conter textos por vezes densos e de forte carga emocional, mas sim na forma. Uma forma escura e sombria.

Posto isto, decidi explorar as ferramentas de formatação e apostar num formato mais colorido e, espero eu, mais atractivo para todos os que me lêem.

Quero aproveitar para agradecer a todos os que, apesar da minha longa ausência, nunca esqueceram a existência deste espaço e quero agradecer-lhes por me voltarem a presentear com a sua leitura e com os seus comentários.

Muitos desses leitores são pessoas que me conhecem pessoalmente, mas outros há que nunca me viram e, mesmo à distância de um oceano, lêem-me no Brasil e nos Estados Unidos da América. A todos muito obrigada.

P.S. Esta semana apercebi-me que a RTP, à semelhança do que vinham fazendo alguns jornais e revistas desde o ano passado, começou a seguir o novo acordo ortográfico. Acho que começa a ser altura de pensar em introduzir essas alterações também no meu blogue... mas sobre isso falarei mais tarde.

sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Origens

Não tenho um filme preferido porque gostei de muitos dos que vi ao longo dos anos mas, se tivesse de escolher um, escolheria um clássico a que assisti mais do que uma vez e que, pela carga dramática que o argumento encerra, tanto me cativou e continua a cativar.

E TUDO O VENTO LEVOU fascinou-me e continua a fascinar-me até hoje. É uma história com muitos atractivos, mas é a personagem da Scarlett O'Hara, tão brilhantemente protagonizada pela actriz Vivien Leigh, que tenho presente na minha memória como uma referência do filme e daquilo que não quero seguir na minha vida.

Scarlett viveu toda a sua vida uma mentira. Viveu na ilusão de amar quem afinal não amava e descobriu tardiamente que tinha deixado fugir quem sempre verdadeiramente amou. Pior do que isso, disse-lho tarde demais.

Sempre pensei que muitas pessoas, tal como esta personagem, não vivem por não serem capazes de perceber de que forma e com quem querem verdadeiramente viver. Há quem, tal como esta personagem, viva uma mentira. Há quem não viva por simplesmente não ser capaz de assumir que, e como, quer viver.

Este exemplo não poderia vir mais a propósito numa altura em que faço o balanço de mais um ano que termina. Pensei muito e conversei bastante com uma querida amiga sobre o que me trouxe 2010. Disse-lhe que sentia que não tinha acontecido nada de especial este ano, disse-lhe que tinha sido um ano perdido. Entre outras coisas, disse-me ela que eu estava enganada, que este ano tinha sido um ano de transição, mas só hoje percebi o que ela queria dizer realmente com aquilo e sim, olhando para o passado e para o presente, este foi mesmo o ano da transição do passado para o futuro! O ano em que, mesmo no fim, se fez luz!

A propósito de um envolvimento recente, percebi de que forma quero realmente viver e concluí que quero viver em pleno, nunca numa mentira! E que, para o fazer, tenho de voltar às origens. Tenho de ser fiel a mim mesma e aos meus valores mais antigos. Percebi que não me interessa viver só com a metade, que não me pode trazer a felicidade, e que só faz sentido viver com o todo. Que só faz sentido alimentar o corpo, se alimentar também a alma...

No fim do filme, Scarlett O'Hara também pensa nas origens e na terra que a viu nascer. É para Tara que ela pensa ir fortalecer-se para reconquistar Rhett Butler, porque afinal, "amanhã é outro dia" ou será outro ano?

Um excelente 2011 para todos nós.

P.S. Este ano duas queridas amigas minhas perderam a mãe. Foi um momento doloroso, cujas sequelas ainda se fazem sentir para elas e para todos os que com elas privam. Hoje mesmo um outro grande amigo sofre com o pai no hospital, a esgotar o último sopro de vida. Não tem sido fácil para eles e partilho da sua dor. Felizmente para mim, hoje tive como companhia para o último almoço do ano os meus pais, que se revelaram este ano, mais do que nunca, pilares de conforto e estabilidade para mim. Tenho sorte por tê-los ainda comigo. Oxalá possamos partilhar muitos mais almoços em conjunto. Beijinhos para eles.

P.S.1 É impressionante como estive meio-ano sem escrever! Que este texto de final de ano possa ser o recomeço da escrita.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Improvável

Hoje perguntaste-me se abandonei o meu blogue. Acho que, por não leres nada de novo há muito tempo, começaste a perder a esperança de um dia leres algo sobre/e para ti, mas eu quero dizer-te que não, que não há razão para perderes a esperança, porque também tu tens um capítulo escrito nesta história que é a minha vida.

Lembro-me da primeira vez que te vi e lembro-me bem de como te detestei! Não foste simpático e foste até bastante arrogante. Lembro-me quão detestável me pareceste na altura e da pouca vontade que tive de voltar a falar contigo, afinal, pensava que não havia nada que me atraísse em e para ti.
Pensei, mas enganei-me. Não fosse a vida um conjunto de enganos e de desenganos, de encontros e de desencontros e tudo isto me pareceria surpreendente e até improvável.
Não sei se foi por falta de pontos em comum ou se foi por não haver tanta falta assim, mas a verdade é que nos tocámos.
Uniu-nos uma cumplicidade estranha que, apesar de não concretizada fisicamente, nos alimentou o espírito e a alma, tantas vezes mais famintos que o corpo.
Essa improbabilidade foi tão ou mais saborosa por ter acontecido numa altura de viragem da minha vida e, por isso, sinto que já te era devido este capítulo escrito.
Deste-me o empurrão que eu precisava para sair do turpor estático em que me encontrava e alimentaste-me o ego que tão ferido estava.
Contigo redescobri-me enquanto mulher e esse é um feito demasiado importante para ser esquecido.

“I've been meaning to tell you
I've got this feelin' that won't subside
I look at you and i fantasize
You're mine tonight
Now i've got you in my sights

With these hungry eyes

One look at you and i can't disguise
I've got hungry eyes
I feel the magic between you and i

(...)

With these hungry eyes

One look at you and i can't disguise
I've got hungry eyes
I feel the magic between you and i
I've got hungry eyes
Now i've got you in my sights
With those hungry eyes
Now did i take you by surprise

(...)

I've got hungry eyes

One look at you and i can't disguise
I've got hungry eyes
I feel the magic between you and i
I've got hungry eyes
Now i've got you in my sights
With those hungry eyes
Now did i take you by surprise
With my hungry eyes
I need...Hungry eyes
Now i've got you in my sights
With my hungry eyes”

Hungry Eyes, Eric Carmen, 1987

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Gestos que tocam

Há dias em que fico impossível, de tão irascível que sou. Se nem eu me suporto, imagino os outros! Acho que só gostando mesmo de mim me podem suportar nesses dias!
O dia que há pouco mais de uma hora terminou foi um desses dias. Parecia que todos me deviam e ninguém me pagava! Tudo e todos e nada e ninguém me irritava! Andei o dia tão chata e sem que houvesse razão para tal, que só as hormonas posso culpar!
Mas de repente algo mudou! Pela primeira vez fizeram-me uma dedicatória na rádio!! E isso foi motivo para soltar um sorriso e esquecer as irritações!
Obrigada Cipri!!!
(Há muitos meses que tinha deixado de ouvir a M80, mas uma recente festa promovida pela empresa onde trabalho reavivou-me a vontade de voltar a passar as tardes de trabalho a ouvir as baladas da minha década musical preferida! Um colega meu, sempre brincalhão, conseguiu o contacto do Miguel Simões, um dos locutores desta estação de rádio e habitual DJ nas festas da empresa, e pediu-lhe para me dedicar uma canção! HIHI! Ouvi o meu nome, local de trabalho, localização e tudo! Que sensação agradável!)

quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Renascimento

Se há termo que melhor pode descrever o que significou este ano para mim, é esta palavra que escolhi para intitular o meu último texto de 2009.

Neste ano que hoje termina não nasci de novo, mas ressurgi, voltei a aparecer. Abandonei a escuridão da caverna onde me enclausurei nos últimos meses do ano passado e voltei a ver luz.

Percebi que, por mais que nos escondamos, que nos fechemos sobre nós próprios, o mundo continua a girar. Compreendi que para ultrapassarmos certos desgostos precisamos de adquirir novos gostos. Entendi que é mais fácil viver a rir do que sobreviver a chorar...

Não sou ingénua e não penso que hoje sou toda felicidade. Que mentira diria se o verbalizasse! Há ainda tristezas e mágoas por sanar, cicatrizes que ainda se percebem a olho nu, mas há também apaziguamento, aceitação e conformismo que são tão ou mais necessários que tudo o resto que precisamos para viver. Há calma...

As pessoas morrem e o sentimento não tem, mais, não deve morrer com elas. Fica a saudade e nasce a receptividade para que outras, ainda que não ocupando, preencham o seu lugar.

Este foi também o ano do abandono de alguns complexos que desde sempre me acompanhavam. Foi o ano das atracções, do despertar dos sentidos, da líbido e de alguma ousadia. Foi o ano da mudança de casa e de vida! O ano em que voltei a viajar e a travar contacto com outras realidades e foi tempo também para o nascimento de mais um elemento da família!

Hoje sei que não vou passar a passagem-de-ano sozinha no quarto em frente a um computador como se de um dia normal se tratasse porque mais logo estarei com algumas das pessoas da minha vida e em festa!
Que seja um excelente 2010 para todos nós!

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Abraço

Passei nas mesmas estradas por que passo todos os dias em que vou trabalhar, mas por alguma razão hoje algo nesse caminho trouxe-me à memória o teu abraço. E bateu-me uma saudade... saudades de sentir o teu peito no meu e de sentir um conforto que desde então mais ninguém me proporcionou...