segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Lugar

Tenho um meu lugar,
Que guardo só para mim,
Em segredo onde o tempo não tem fim…

E sei onde encontrar,
Se o certo é me perder,
Num instante esse mundo tão meu…

Sei eu, sei eu…
Sei eu, sei eu,
De um mundo só meu…
Só meu, só meu…
Só meu, só meu…
Que há dentro de ti…

Dentro de ti…

E afasto sem quebrar,
Por todo o meu jardim,
Ramos soltos que me querem ver cair…

E sei onde esperar,
Se o certo é me encontrar,
Bem distante nesse o mundo tão meu…


Pedro Khima, 2007


Tudo (quase) na mesma

O tempo passou e nada mudou.

Se soubesses como foi para mim uma alegria constatar que, apesar de terem passado tantos meses desde a última vez que estivemos juntos, continuamos amigos como antes. Saber que ainda conseguimos passar madrugadas a falar de nós, das nossas vidas e das partidas que o destino nos prega; do amor e da felicidade que buscamos; da amizade e das desilusões que vamos tendo... é para mim reconfortante!

Se já antes pensava saber as razões do teu afastamento, agora tudo ficou ainda mais claro. Assolado pelo sofrimento achaste melhor refugiares-te em ti mesmo e, se aceito, não consigo compreender porque não me procuraste. Ter-te-ia ouvido e o meu ombro oferecido para chorares a tua perda. Ter-te-ia abraçado com tanta força que seria impossível sentires-te só...

Afinal somos amigos. Nunca deixámos de o ser e, se já antes o sabia, agora tenho a certeza. Mas comigo não podia ser de outra forma. Tu mesmo me disseste que eu sou uma crente nas pessoas e nos bons sentimentos.

Chamas-me idealista, mas é com os pés bem assentes na terra que afirmo que é possível acreditar novamente, que é possível entregarmo-nos como se nunca antes o tivéssemos feito, como se nunca tivéssemos sofrido...